PROJETO BANDEIRAS E RODOVIAS

Proteger a fauna é cuidar da vida.
Estradas mais seguras para todos!

Um projeto de pesquisa para entender a alta taxa de mortalidade dos tamanduás-bandeira e diminuir as colisões veiculares com fauna nas rodovias e, assim, conquistar estradas mais seguras para os animais e para os usuários.

O tamanduá-bandeira é um mamífero sul-americano emblemático, listado como vulnerável à extinção pela União Internacional de Conservação da Natureza – IUCN. As florestas e vegetações nativas do Cerrado brasileiro são ambientes naturais dos tamanduás-bandeira. No entanto, nos últimos 35 anos, mais da metade desse bioma foi convertido em pasto ou terras para agricultura. Além desses danos à sobrevivência da espécie, seus hábitats remanescentes estão se fragmentando e se dividindo pela expansão da malha rodoviária.

As colisões veiculares com fauna silvestre nas rodovias está causando um alto número de mortes não naturais desses animais, incluindo o tamanduá-bandeira, que está entre as espécies que mais morrem atropeladas em rodovias do Cerrado.

Além do impacto para a fauna, as colisões veiculares com animais silvestres podem causar danos materiais, psicológicos e físicos para as pessoas, podendo até ocasionar óbitos. No Mato Grosso do Sul, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, entre 2007 e 2019 tivemos 614 colisões com animais com vítimas fatais ou feridas.

Por isso, por meio do Projeto Bandeiras e Rodovias, nós buscamos diminuir as colisões veiculares com fauna e assim conquistar estradas mais seguras para todos.

Fase 1 (2017-2020): Por que, quando e como o tamanduá-bandeira atravessa a rodovia?

Entendendo e quantificando os impactos ecológicos e aspectos sociológicos relacionados às colisões veiculares com fauna no Cerrado de Mato Grosso do Sul (MS), Brasil.

​0s objetivos dessa fase incluíram quantificar o impacto das rodovias nas populações de tamanduás-bandeira e avaliar o efeito no comportamento da espécie, na estrutura populacional e na saúde. A pesquisa incluiu a investigação sobre como as estradas estão afetando a persistência da população de tamanduás-bandeira, se estão agindo como barreira de fluxo genético e reduzindo a densidade desta espécie. Além disso, investigamos a percepção dos caminhoneiros sobre as colisões veiculares com fauna.

AÇÕES REALIZADAS NA FASE 1:

Principais resultados da Fase 1

• Nesse período, cerca de 85.000 km foram monitorados nas rodovias do Mato Grosso do Sul, nos quais registramos 12.400 de animais silvestres acometidos por colisão veicular;

• 40% desses registros foram de animais capazes de causar danos materiais e acidentes, como tamanduás-bandeira, antas e capivaras;

• 761 tamanduás-bandeira mortos foram registrados nas rodovias, sendo esse número subestimado, pois a persistência da carcaça é de 22 a 38%;

• As colisões veiculares reduzem o crescimento populacional de tamanduás-bandeira pela metade, sendo uma das principais ameaças à espécie no Mato Grosso do Sul;

•  A análise de custo-benefício mostrou que o custo do cercamento dos trechos críticos de acidentes com fauna nas rodovias percorridas seria compensado em médio prazo (9-25 anos), considerando apenas os danos materiais com as colisões, fora os custos à saúde mental e física dos usuários;

• Ao contrário do senso comum, a maioria dos caminhoneiros não atropela animais silvestres intencionalmente. Na verdade, quando eles percebem um animal na pista, existe pouco tempo para frear. Além disso, muitas vezes frear ou desviar aumenta o risco do motorista se acidentar;


•  Por isso, falar em atropelamento mostra uma visão unilateral do problema. A colisão tem impactos negativos para os dois lados: o lado do animal e o lado do motorista, pois incorre em custos psicológicos e materiais, além do risco à segurança. Assim, para considerar também o lado humano, preferimos usar o termo   colisão;

•  A maioria dos acidentes com fauna (80-90%) ocorrem no período crepuscular ou noturno. Então, se possível, evite dirigir na rodovia nesses  períodos. 

Fase 2 (2021-2023): Dimensões Humanas, Políticas e Institucionais das Colisões Veiculares com fauna

Usaremos os resultados e a experiência adquiridos na Fase 1 do Projeto, além da nossa rede de parceiros e colaboradores para reduzir o número de animais mortos em rodovias, bem como os danos aos humanos e aos veículos. O tamanduá-bandeira continuará sendo o embaixador dessa causa!

Na fase 2 buscaremos envolver autoridades, tomadores de decisão, usuários das estradas (principalmente motoristas de caminhão), empresas de caminhão, trabalhadores rodoviários e a sociedade em geral. Utilizaremos várias ferramentas para transmitir nossa mensagem, incluindo modelagem e análise ecológica, comunicação científica baseada em evidências, workshops, treinamentos, ciência cidadã, diretrizes de certificação, narração de histórias, bem como mudança comportamental. Visamos implementar ações sociais, paisagísticas e de gestão viária para diminuir o número de colisões veiculares com fauna nas rodovias do Mato Grosso do Sul. Esperamos que as experiências adquiridas sejam compartilhadas e replicadas em todo o Brasil.

INICIATIVAS QUE ESTÃO SENDO REALIZADAS NA FASE 2:

Além disso, continuamos a monitorar as colisões veiculares com fauna nas rodovias do Mato Grosso do Sul para conhecer os impactos das rodovias na fauna silvestre e assim prever onde existe o maior risco de acidentes nas estradas.

VÍDEOS

PUBLICAÇÕES

ESTRADAS MAIS SEGURAS PARA TODOS

No caminho para reduzir as colisões com fauna.

MANUAL DE ORIENTAÇÕES TÉCNICAS

Guia de mitigação de colisões veiculares com fauna silvestres nas rodovias estaduais de Mato Grosso do Sul.

EQUIPE

Arnaud
Desbiez

Zoólogo

Atua nas áreas de Biologia da Conservação, pesquisa e ecologia de espécies e uso de recursos naturais. Trabalhou e morou em Belize, Argentina, Bolívia…

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Danilo
Kluyber

Médico veterinário

Médico Veterinário graduado pela Universidade Paulista (2003), possui experiência em Medicina de Animais Selvagens, Medicina da Conservação e…

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Débora
Yogui

Médica veterinária

Médica veterinária graduada pela Universidade de São Paulo (2016), mestranda em Ecologia e Conservação na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul…
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Mariana
Catapani

Bióloga

Doutorado em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (PROCAM-USP) com período sanduíche na Universidade de Bangor (Wales, UK)…

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Erica Naomi
Saito

Bióloga

Atuação:   Possui experiência em monitoramento e mitigação de colisões veiculares com fauna, monitoramento faunístico, avaliação de impacto ambiental e gestão ambiental de rodovias…

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Yuri G. G.
Ribeiro

Engenheiro Florestal

Possui experiência  em  análise espacial (especialmente com modelagem de distribuição de espécies e análises de priorização espacial), uso de dados digitais para conservação de espécies…

Saiba mais>>

Fernando
Ascensão

Biólogo

Atuação: Colaborador na área de Ecologia de Estradas, responsável pela análise dos padrões de atropelamento e padrões espaciais e temporais dos movimentos dos animais com coletes GPS.

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Victor
Castro

Biólogo

Atuação: Fundador da Associação Nobilis, com grande experiência em levantamento, monitoramento e resgate de fauna silvestre. Colabora em todo o processo de criação, reabilitação…

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Mario
Alves

Médico Veterinário

Graduado pela Universidade Estadual do Centro-oeste UNICENTRO, com residência em Medicina Zoológica pela UFPR com atuação no Zoológico Beto Carrero World…

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Isadora
Ruttul

Gestora Ambiental

Mestra em Ciência Ambiental pela Universidade de São Paulo (PROCAM-IEE/USP) e graduada em Gestão Ambiental pela mesma universidade…

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Andréia Nasser Figueiredo

Educadora ambiental

Graduada em Licenciatura Plena em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de São Carlos. Mestra em Ecologia…

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Fernanda
Abra

Bióloga

Especialista em Ecologia de Estradas e postdoc do Centro de Conservação e Sustentabilidade do Smithsonian, Washington D.C., e é sócia-proprietária da empresa ViaFAUNA. Colabora com o projeto…

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Audrey
Brisseau

Economista

Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Paris X e em Marketing & Gestão pelo Programa de MBA da Reims Business School, atuou como Coordenadora de Projetos & Comunicação durante…

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Guto
Akasaki

Jornalista

Graduado em comunicação Social com habilitação em Jornalismo, atua como assessor de imprensa do terceiro setor desde 2010. Apaixonado por fotografia e criação de conteúdo, chegou para somar com a equipe…

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PESQUISADORES ASSOCIADOS

Kátia Ferraz

Bióloga, doutora em ecologia aplicada

Andreas Kindel

Biólogo, doutor em botânica

Camila Luba

Veterinária, mestre em biotecnologia

Vinícius Alberici

Biólogo, mestre em ecologia aplicada

Juliana Magnino

Veterinária, mestre em saúde animal

Carmen Elena Barragán

Biólogo, doutora em ecologia e recursos naturais

Alessandra Bertassoni

Bióloga, doutora em biologia animal

Gabriel Massocato

Biólogo, coordenador do Projeto Tatu Canastra

Biotério UCDB

Coordenado por porfessores parceiros

VOLUNTÁRIOS

Luka

Voluntário

Caio

Voluntário

Douglas

Voluntário

Duada

Voluntário

Apoiadores Institucionais

Fundação Segré provê o financiamento principal para o Projeto Bandeiras e Rodovias.
A Royal Zoological Society of Scotland provê os recursos para a contratação do pesquisador Dr. Arnaud Desbiez como coordenador de projetos de conservação.
O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPE) auxilia no suporte administrativo às atividades no Brasil.

Financiadores

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