Um símbolo de unificação para conservação da vida selvagem na América do Sul
A vida de um biólogo de campo é, na maior parte do tempo, muito pouco atraente, muitas vezes pode-se passar dias, semanas ou até mesmo meses procurando por animais que parecem ter desaparecido no ar. E apesar das enormes melhorias que alcançamos ao longo dos anos em metodologias de pesquisa e equipamentos, de alguma forma isso não nos faz achar os tatus-canastra mais facilmente. Por essa razão, este incrível animal não ocupa o lugar que merece no radar da conservação.
Você pode pensar que um grande mamífero blindado, com garras do tamanho de facas de cozinha deveria atrair mais atenção, mas quando eu comecei a pesquisar os tatus-canastra, em 2010, eles ainda eram relativamente desconhecidos. Com meus companheiros do Projeto Tatu-canastra e graças ao apoio de muitas outras instituições, a maioria zoológicos norte-americanos e europeus, conseguimos passar os últimos quatro anos aprendendo tudo que podíamos sobre esta espécie fascinante. Fizemos descobertas surpreendentes sobre alguns aspectos básicos (eles têm somente um bebê por vez) e sobre algumas das mais complexas interações que eles podem ter com o ecossistema (suas tocas profundas, quando não ocupadas, são usadas por mais de 25 espécies como abrigo contra predadores, temperaturas extremas ou como fonte de recursos).
Infelizmente, como acontece com muitas outras espécies, o tatu-canastra enfrenta perspectivas de agravamento de sua situação, devido principalmente às atividades humanas. Caça, agricultura e até mesmo a contínua expansão da malha de estradas e rodovias, que têm colocado estas criaturas em perigo, e podemos diante deste cenário, estar correndo contra o tempo para estudá-los. Pesquisas científicas em prol do conhecimento são uma causa nobre, mas para espécies ameaçadas como o tatu-canastra, precisamos focar nossos estudos e esforços em metas de conservação. E isso começa com a conscientização. Nós, da equipe do Projeto Tatu-Canastra, estamos aprendendo sobre esta espécie incrível a fim de transmitir esse conhecimento; para mostrar aos nossos vizinhos e ao mundo todo, como e porque eles devem ser protegidos para as gerações futuras. Somos extremamente gratos ao EWCL (Emerging Wildlife Conservation Leaders) por nos ajudar a alcançar isto.
A história do tatu-canastra ainda está sendo escrita, mas estamos descobrindo mais detalhes, a cada dia, semana após semana, mês após mês, e as páginas estão começando a serem preenchidas.