Ipê completa 30 anos dedicados à biodiversidade brasileira, com destaque para ações no Pantanal e no Cerrado

O IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, organização não governamental brasileira, completa, neste ano de 2022, três décadas de pesquisa e educação, além de promover negócios sustentáveis para a conservação da nossa biodiversidade.

Considerado uma das maiores ONGs ambientais do Brasil, possui título de OSCIP e tem sede em Nazaré Paulista (SP). O Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), que começou com o Projeto Mico-Leão-Preto, agora conta com mais de 80 profissionais trabalhando em mais de 30 projetos em diversos locais, tais como o Pontal do Paranapanema e Nazaré Paulista (SP), Baixo Rio Negro (AM), Pantanal e Cerrado (MS), sendo o último a área de pesquisa do maior banco de dados da anta brasileira – espécies sentinela que alerta sobre as ameaças reais no ambiente, como, por exemplo, os agrotóxicos, que além de afetar nossos recursos naturais, são prejudiciais para a fauna e também para os seres humanos.

Com base em dados substanciais (e, muitas vezes, alarmantes), a INCAB/IPÊ – Iniciativa Nacional para Conservação da Anta Brasileira busca influenciar o processo de tomada de decisões junto ao poder público para combater as ameaças atuantes e evitar a extinção da anta e de seus habitats remanescentes.

“Já está claro que a agricultura em grande escala no Cerrado brasileiro está resultando em pesticidas e exposição a metais em concentrações que excedem a segurança ambiental e pode causar efeitos adversos à saúde das antas e, talvez, de outros animais. Precisamos olhar com mais seriedade para essa questão que afeta os animais silvestres e as vidas humanas. É inadmissível a utilização de agrotóxicos sem critérios e sem fiscalização”, destaca Patricia Medici, pesquisadora e coordenadora da INCAB/IPÊ.

Já o Projeto Tatu-Canastra (Priodontes maximus), uma parceria entre o IPÊ e o ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres no Pantanal, realizado na Mata Atlântica e no Cerrado, há mais de 10 anos desenvolve ações para conservar o maior entre as 20 espécies de tatu, também conhecido como engenheiros do ecossistema. “Com as mudanças climáticas e a tendência de aumento das temperaturas, as tocas de tatu-canastra podem ajudar as espécies a sobreviver a essas mudanças e temperaturas extremas”, explica Arnaud Desbiez, coordenador do Projeto Tatu-Canastra. Entre os resultados obtidos pelo projeto está o fato de a espécie integrar a lista de mamíferos usados para nortear a criação de áreas protegidas e corredores de conservação no Mato Grosso do Sul. 

Como organização não governamental brasileira, completar três décadas está repleto de significados e, mesmo diante de tantos desafios, o IPÊ reforça os princípios e valores que norteiam todas as ações desde o início. Todos os estudos do IPÊ são desenvolvidos em campo, em busca de soluções para desafios da sociedade, em especial de produtores rurais, comunidades tradicionais e indígenas, com benefícios que vão além dos limites dos territórios em que atuamos.

Para o instituto, desde o início, ficou evidente que para conservar a biodiversidade era preciso mobilizar comunidades, estudantes, lideranças locais, o poder público e despertar o interesse de potenciais apoiadores e financiadores.  Nessa direção, o IPÊ estabeleceu um modelo que tem na Educação Ambiental e no estabelecimento de Parcerias aliados da pesquisa científica de aplicação prática.

Primeira ONG a ter um Mestrado na área de conservação da biodiversidade e até o momento mais de 7.000 profissionais já se formaram

Atuamos em rede

Temos muito orgulho de nossa rede, afinal não fazemos nada sozinhos. Doadores, financiadores, apoiadores, conselheiros, instituições pares e comunidades sempre foram e são fundamentais nesse processo que envolve crescimento, evolução e resultados. Parceria na história do IPÊ – com órgãos públicos, universidades, terceiro setor e com a iniciativa privada – é uma questão central para o ganho de escala com resultados que beneficiam a todos, afinal, compartilhamos com a biodiversidade um só planeta.

Com a iniciativa privada, contamos com cerca de 20 parcerias. Em 18 anos, lançamos junto com as Havaianas 17 coleções de adulto e 04 voltadas ao público infantil que valorizam a biodiversidade brasileira. Até o momento, 57 espécies da fauna brasileira foram retratadas.  Iniciativas como essa reforçam nossas ações e levam a mensagem de como é estratégico conservar a nossa biodiversidade para um público cada vez mais amplo.

Nossa trajetória e os próximos passos

O instituto que começou com menos de 10 pesquisadores conta atualmente com 30 projetos/ano realizados por cerca de 100 profissionais em quatro biomas. 

Como forma de contribuir com o ganho de escala de ações na área da sustentabilidade no Brasil e no exterior, o IPÊ criou a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade com cursos curtos, de pós-graduação e mestrado profissional (conceito 4, CAPES, 4-5).  Foi a primeira ONG a ter um Mestrado na área de conservação da biodiversidade, em 2008. Mais de 7.000 profissionais já se formaram nos cursos da ESCAS. 

Os 50 prêmios entre nacionais e internacionais conquistados pelos pesquisadores e pelo instituto – entre eles Whitley Gold Award (2020, 2015, 2008), Empreendedor Social Folha SP e Schwab Foundation (2009), UBS Visionaris Global (2019), Prêmio Ford (2009) Melhores ONGs para se Doar (2017) – reforçam que estamos no caminho. 

Diante dos resultados obtidos até o momento ampliamos nossa meta, confira os resultados que esperamos atingir em 5 anos: 20 mil pessoas diretamente beneficiadas/ano, alcançar os 9 mil profissionais capacitados pela ESCAS, beneficiar 380 famílias/ano, formar 300 mestres.
Nossos grandes objetivos são também tirar todas as espécies com as quais atuamos diretamente da lista vermelha de ameaçadas de extinção ou melhorar a sua classificação nessa lista. Além disso, em 30 anos, queremos alcançar a marca de 150 milhões de árvores plantadas.

Restauração de florestas, proteção de cursos d’água, conservação de espécies e desenvolvimento sustentável são todas medidas que somam esforços no combate às mudanças climáticas e contribuem com o equilíbrio do planeta; o que ficou ainda mais evidente no contexto da pandemia de Covid-19. 

 

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