Entre os dias 08 e 09 de dezembro, o ICAS – Instituto de Conservação de Animais Silvestres, juntamente com outras instituições que integram o Observatorio Pantanal, se reuniram em Campo Grande (MS), para um encontro presencial, com objetivo de discutir o plano de ação do coletivo para os próximos três anos. O coletivo representa a união de 45 organizações da sociedade cívil da Bolívia, Brasil e Paraguai atuantes em prol das questões socioambientais na Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai (BAP).
Áurea Garcia, diretora-geral da Mupan (Mulheres em Ação no Pantanal) e coordenadora de políticas da Wetlands International Brasil, que atualmente é quem realiza a facilitação do Observatorio Pantanal, por meio do Programa Corredor Azul, explica que este é um marco na história do coletivo, que por conta da crise sanitária global da COVID-19, ficou mais de 2 anos realizando encontros on-line.
“Este foi um período desafiador, mas também construtivo para todos nós, pois tivemos que nos adaptar e desenvolver mecanismos de trabalho à distância e aproveitamos esse tempo para atuar na parte operacional, revendo e adaptando o planejamento estratégico do coletivo. E agora tivemos a oportunidade de nos encontrar para identificar nossas fraquezas, fortalezas, elencar prioridades e estabelecer oportunidades para este novo momento que estamos vivenciando e traçar juntos, uma perspectiva mais ampla e objetiva até o ano de 2025”, disse Áurea.
Durante o evento, também foram criados grupos de trabalho para refletir sobre iniciativas que possam fortalecer o Observatorio Pantanal por meio de ações coletivas e que visem a proteção e o desenvolvimento sustentável do Pantanal no âmbito internacional.
O jornalista e comunicador, Guto Akasaki, que participou do evento representando o ICAS, ressalta a importância da integração entre os participantes para o fortalecimento dos vínculos entre as diferentes organizações e para fomentar a discussão sobre as ações da rede em relação à proteção do ecossistema pantaneiro.
“Esta foi minha primeira participação presencial no encontro e acredito que isso vá fazer uma diferença na tomada de decisão do grupo, pois essa conexão irá possibilitar um diálogo mais amplo no que diz respeito às ameaças mais críticas ao Pantanal e irá contribuir de forma significativa para que possamos colocar em prática as ações que foram amplamente discutidas nestes dias em que estivemos juntos”, enfatiza o comunicador.
Após uma discussão entre os diferentes grupos de trabalho, os participantes também elencaram alguns temas prioritários e de interesse para o coletivo, com o intuito de otimizar as ações e focar em pautas comuns, como, por exemplo, o manejo integrado do fogo e as políticas públicas que envolvem a maior área úmida do mundo, mais especificamente a Lei do Pantanal e Ley de Humedales, e de como cada organização pode contribuir no desenvolvimento destas iniciativas.
Júlio Fernandes, oficial de projetos da Wetlands International Brasil, avalia que este foi um momento ímpar de conexão entre os participantes e que proporcionou grandes avanços estratégicos para o futuro do Observatorio Pantanal.
“Através deste encontro presencial, nós conseguimos definir uma agenda comum entre os três países e quais serão os temas prioritários para o nosso coletivo. Eu acredito que temos muito trabalho pela frente, mas que a partir desse momento, nós conseguimos dar vários encaminhamentos em questões que são essenciais para que de fato possamos ter um planejamento estratégico eficaz e ações mais concretas deste coletivo”, explicou Júlio.
Para conhecer um pouco mais do trabalho do Observatorio Pantanal e das organizações-membro que fazem parte do coletivo, acesse o site http://observatoriopantanal.org