No trânsito – e na rodovia – escolha a vida: a sua e a dos animais

A nossa coordenadora de coexistencia, Mariana Catapani, escreveu um artigo para o jornal “O Estado de Mato Grosso do Sul”, sobre a importância do trânsito seguro a fim de evitar colisões com a fauna, referente ao “Maio Amarelo”.

Todo ano, cerca de 33 mil pessoas morrem em decorrência de acidentes de trânsito no Brasil (Ministério da Saúde, 2023). Excesso de velocidade, ingestão de álcool, desobediência à sinalização e uso do celular são as principais causas dessas ocorrências, aqui e em muitos outros países.  O que todas essas causas têm em comum é o fator humano. Assim, boa parte desses acidentes poderiam ser reduzidos com a conscientização dos motoristas. Foi isso que fez a Organização Mundial da Saúde lançar, há 10 anos, a campanha internacional do Maio Amarelo, visando despertar na sociedade a reflexão e o debate sobre a adoção de comportamentos mais seguros nas vias.

Em estradas e rodovias do país, dados da Polícia Rodoviária Federal sugerem que outro fator importante que ameaça a segurança dos motoristas é a presença de animais na pista.  Estudos da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira mostram que somente no Mato Grosso do Sul, entre 2013-2020 foram 28 mortes e 77 pessoas feridas em decorrência de colisões com antas.

O Projeto Bandeiras e Rodovias, iniciativa do Instituto de Conservação de Animais Silvestres, monitorou durante 3 anos 14% das rodovias asfaltadas do Mato Grosso do Sul e contabilizou cerca de 5 mil animais silvestres de médio a grande porte (como tamanduás-bandeira, capivaras e antas) mortos na pista. Os encontros com animais nas rodovias acabam sendo frequentes no Mato Grosso do Sul porque a grande malha viária do estado atravessa áreas importantes de vegetação nativa, onde estão os animais silvestres. E essas rodovias, em sua maioria, foram construídas sem estruturas que evitem que eles acessem a pista, como cercas e passagens de fauna. O que então o motorista pode fazer para se proteger quando tiver que pegar a estrada? Seguem abaixo algumas orientações:

  1. Dirija preferencialmente de dia. Cerca de 80 a 90% das colisões com animais de grande porte ocorrem no período noturno, sendo o horário mais crítico entre 20 e 22 horas, quando os animais estão ativos e a visibilidade do motorista é reduzida.

  2. Reduza a velocidade. Isso oferece maior margem de tempo para perceber o animal e evitar a colisão, além de possibilitar que o animal perceba o veículo e consiga se afastar a tempo. Estudos sugerem que uma redução de 20% na velocidade pode representar uma diminuição de até 50% nas fatalidades com animais na pista.

  3. Esteja sempre atento às sinalizações de travessia de fauna. Elas indicam áreas onde existem maior chance de encontrar um animal na pista.

  4. Redobre a atenção ao dirigir por áreas naturais, principalmente em rodovias que cortam rios e alagados.

  5. Se for parar para o animal atravessar a pista, preste muita atenção no tráfego à frente e atrás. Reduza a velocidade e tente parar o veículo somente no acostamento com o pisca alerta ligado.

  6. Nunca tente desviar de um animal em alta velocidade, isso aumenta o risco de capotamento.

  7. Não jogue lixo ou restos de comida na pista ou em locais próximos. Esses resíduos podem atrair animais que ficam mais susceptíveis às colisões com veículos, podendo causar acidentes.
Mariana Catapani, Coordenadora de Coexistência Humano-Fauna do ICAS

A prevenção é uma ação valiosa, e se cada um fizer a sua parte, teremos ruas, estradas e rodovias mais seguras para todos. Feliz Maio Amarelo para todos nós.

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