Pesquisadores do ICAS registram raro encontro diurno com tatu-canastra no Cerrado sul-mato-grossense

Registro reforça a importância do maior remanescente de vegetação do Cerrado como refúgio essencial para a conservação da fauna em MS.

Na última expedição de campo, realizada em outubro, os biólogos Pedro Mathias e Laryssa Negri, do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), tiveram uma experiência inesquecível ao avistar um tatu-canastra (Priodontes maximus) em plena luz do dia, no Parque Natural Municipal do Pombo, em Três Lagoas-MS. Esse raro avistamento surpreendeu até os pesquisadores experientes, que destacaram a dificuldade de observar essa espécie de hábitos noturnos e subterrâneos.

Pedro explicou que encontrar um tatu-canastra em horário diurno é extremamente raro, pois, segundo estudos, esses animais podem passar até 17 horas dentro de suas tocas. O encontro só foi possível graças às pegadas deixadas no solo, que guiaram a equipe até o animal. “Essa foi a segunda vez neste ano que tive a sorte de ver um tatu-canastra. Desta vez, foi com um pouco mais de adrenalina, pois seguimos as pegadas até ele,” relata Pedro, emocionado.

Para Laryssa, que viu o tatu-canastra pela primeira vez desde que ingressou no projeto, o avistamento foi um marco. “Cada encontro com um animal tão raro e essencial para a biodiversidade é uma vitória e um passo em direção a um futuro mais sustentável para a espécie e para o bioma”, afirma. Ver o tatu-canastra em seu habitat natural, desempenhando suas atividades sem interferência, tornou o momento ainda mais especial e emocionante para a equipe que estava em campo.

O Projeto de Conservação do Tatu-Canastra no Cerrado tem como objetivo coletar dados sobre a densidade populacional e os padrões comportamentais da espécie, como a construção de tocas e a busca por alimentos. A descoberta de uma nova toca permitirá um monitoramento ainda mais detalhado dos hábitos do tatu, fornecendo informações valiosas para futuras ações de preservação.

Esse registro, além de ser um marco para a pesquisa, reforça a importância do Parque Natural Municipal do Pombo como um refúgio essencial para a conservação da fauna do Cerrado e inspira ações para proteger as áreas naturais de Mato Grosso do Sul, que abrigam espécies emblemáticas da biodiversidade brasileira.

CONSERVAÇÃO E PESQUISA NO PARQUE DO POMBO

 

O Parque Natural Municipal do Pombo, com mais de 80 km² de mata nativa preservada, é o maior remanescente de vegetação do Cerrado com presença registrada do tatu-canastra. Esse ambiente natural é essencial para o desenvolvimento de pesquisas sobre essa espécie, conhecida como “engenheiro ecológico” devido ao papel fundamental de suas tocas, que servem como refúgio para mais de 100 espécies de vertebrados. O Projeto Tatu-Canastra no Cerrado, uma parceria entre o Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Agronegócio (SEMEA) de Três Lagoas, tem como objetivo proteger essa espécie ameaçada de extinção e promover a conservação do bioma Cerrado.

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